Registra a tradição que três magos, do Oriente, seguiram uma estrela, até Belém, na Judéia, para a adoração do Messias… A lenda, que é a história imaginária, os tornou “reis magos”. Eram apenas astrólogos. Depois, quiseram fossem eles representantes das raças: Melchior descendente de Cham, africano, negro. Baltazar de Sem, asiático, amarelo, e Gaspar descendente Jafet, europeu, branco. E a América? Porque desconhecida dos homens de então, não adorou o menino-Deus… É assim, são os homens que fazem a história, ou criam as lendas…
Para a reverência, cada um levou o seu presente: Gaspar, o branco, deu-lhe incenso, reconhecimento à sua divindade. Baltazar, o amarelo, ofertou-lhe ouro, a realeza, a soberania, o interesse do mundo, Melchior, o preto, trouxe-lhe mirra, o atributo humano, que embalsama, na morte…
Depois, já temendo represália de Herodes, partiram… A humanidade seguiria o seu itinerário, rejeitando a simbologia daquele acontecimento, para encontrar-se com a cruz… Com as suas cruzes… O incenso e a mirra não suplantariam o ouro, pelo o qual o homem se perdeu…
Neste Natal, espero que comemoremos – posto que comemorar é trazer novamente à memória – o verdadeiro espírito daquele nascimento e as circunstâncias que o envolveram. Que nas nossas “adorações” tenhamos a exata dimensão dos atributos, para que o ouro não continue suplantando o incenso e a mirra, porque só assim a humanidade conseguirá aliviar o peso das cruzes, que tanto a oprimem.
Feliz Natal!
Dezembro, 2010
Fernando Guedes