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fev 8, 2013 - Poesia    No Comments

Congresso

Mote:

Como pode um político ficha suja,

É a pergunta que não quer calar,

Ser eleito para presidir o Congresso,

A casa do Poder Parlamentar?

                                                                                    (Darlan Fagundes)

 

Glosa: 

Casa da qual a honestidade não se espera,

Onde, descaradamente, triunfa a nulidade,

E a desonra impunemente prospera,

Renan a ela se iguala, na integridade…

-x-

Dizem, sem razão, que ali há honesto…

Não o creio, porque lá não permanece,

Sem se hipotecar a interesse funesto.

Sem se sujar na corrupção que lá floresce…

-x-

Ontem – Pinheiro Machado por o dono…

Hoje – Sarney e seus Maribondos:

Peçonha que impõe à nação letárgico sono!

-x-

Enquanto não se chega ao poder: Oposição,

Crítica e denúncia… Mas se arruma e cala,

É o poder próximo, a realidade da Situação!

                                               (Fernando Guedes)

                                                     8/2/2013

                                                                                                                                                                                                                                                                               

mar 8, 2012 - Poesia    6 Comments

Mulher

 
 
Tua voz, teu olhar, teu ar dolente
Toda a delicadeza ideal revela
E de sonhos e lágrimas estrela
O meu ser comovido e penitente.
 
(Madona da Tristeza, Cruz e Sousa)

 

 

Tem um quê aparente de fragilidade…

Grácil e sensual qual maja nua de Goya!

É meu ideal, meu pensar sem maldade,

Da minha fortuna a mais rara jóia…

Ó formas alabastrinas! Dessa boca

Febril risos, afagos e carícias almejo.

Quando a idealizo de desejo louca,

A vida daria pela ventura de um beijo…

Mas foge vaporosa, como anjo em arremesso…

De lá, do etéreo longe do pensamento,

Acena-me indiferente, fingindo desapreço.

Depois, com ar inocente de madona, tímida,

Para o meu cismar volta quando quer…

Entre beijos e carícias entrega-se Mulher.

 

Fernando Guedes

Pela passagem do Dia Internacional da Mulher

8/3/2012

out 17, 2010 - Poesia    3 Comments

Dia do Médico

Falas de amor , e eu ouço tudo e calo!

O amor da humanidade é uma mentira.

É. E é por isto que na minha lira

De amores fúteis pucas vezes falo.

(Idealismo – Augusto dos Anjos)



Que há para festejar

Neste mundo de especialistas?

De técnicos e aparelhistas?

Se o médico na poeira do passado está!

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Quanta hipocrisia – clama Hipócrates,

Quanta incultura – reclama Castro,

Couto não aprova o sistema nefasto

Que a doença agrava e causa mortes.

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Se o paciente é celebridade,

Para assisti-lo, médicos mil…

Se é pobre, tratamento vil…

Neste sistema de perversidade.

›Ÿš∞ • ∞›Ÿš›Ÿš

O humanismo da medicina desertou,

Para o comércio da doença prosperar.

O indivíduo é apenas peça segmentar

Em mãos que lhe desdenham a dor.

›Ÿš∞ • ∞›Ÿš›Ÿš

De convênios acata o profissional

O preceito mais ordinário:

O estipêndio é tabela e não honorário!

Subverte-se a honra nessa incúria monumental…

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Se comemorar é manter a memória

De lembranças vivas do que já não é,

Comemoro a medicina que despertava fé,

O Humanismo – do médico passada glória.

›Ÿš∞ • ∞›Ÿš›Ÿš

Não quero laurel, nem ufania!

Se um no conforto convalesce,

Outro no desamparo padece,

Como hei de festejar esse dia?

∞ • ∞›Ÿš›Ÿš

Salvador, 18 de outubro de 2001

Castro: Francisco de Castro

Couto: Miguel Couto

Humanistas, literatos. Primazias da cultura médica.


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